Foi iniciada na última terça-feira (8) a nova etapa de reconstrução do Museu da Língua Portuguesa, no bairro da Luz, em São Paulo, que durará 10 semanas, aproximadamente. A edificação sofreu um incêndio no dia 21 de dezembro do ano passado.

O objetivo dessa fase é liberar as entradas principais da Estação da Luz da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) - interditadas pela Defesa Civil - e a preparação do conjunto arquitetônico para a segunda etapa, de restauro e recuperação. Desde a liberação da estação, em 30 de dezembro, os cerca de 400 mil usuários diários do metrô e da CPTM usam os acessos da Rua Cásper Líbero e à frente da Pinacoteca.

Estão previstos a impermeabilização das lajes expostas, a instalação de sistemas de drenagem e a construção de uma sobrecobertura provisória, com o objetivo de evitar a infiltração de água de chuva no edifício. O investimento é de R$ 1,8 milhão, quantia que será coberta pelo seguro do museu. A intervenção já foi aprovada pelos três órgãos do patrimônio histórico - Iphan, Condephaat e Conpresp – uma vez que a Estação da Luz é tombada nas três esferas.

O incêndio ocorrido em 21 de dezembro deixou um morto: o bombeiro civil Ronaldo Pereira da Cruz. Em janeirofoi assinado um convênio entre a Secretaria da Cultura, a Fundação Roberto Marinho e a organização social ID Brasil para a reconstrução da instituição.

Enquanto permanece fechado, o museu continua a expor o seu arquivo em outros locais. Desde a semana passada, por exemplo, parte do acervo está em exposição em Araraquara.

Inaugurado em 2006, o Museu da Língua Portuguesa recebeu 10 milhões de visitantes em seus quase 10 anos de atividade. A previsão é de que as obras de reparo sejam concluídas até o fim de junho.

Histórico
O edifício, que compõe um complexo do século 19 também formado pela Estação Luz da CPTM, foi concebido em espaços de 4.333 m² antes ocupados pelos escritórios administrativos da estação multimodal com projeto arquitetônico de Pedro e Paulo Mendes da Rocha, e inaugurado em março de 2006 pela Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo e a Fundação Roberto Marinho.

A um custo de R$ 37 milhões, o projeto de restauro conseguiu criar espaços para receber a mais alta tecnologia em um edifício centenário, símbolo da industrialização paulistana e tombado pelo patrimônio histórico nacional. Respeitando integralmente a fisionomia externa da construção, os arquitetos dotaram o prédio de infraestrutura moderna com computadores, sistema de ar-condicionado e elevadores, seguindo um novo conceito, totalmente virtual, e empregando formas diferenciadas de comunicação com o público.

O projeto contemplou ainda a restauração de 4.230 m² de fachada, 2.550 m² de cobertura, 178 esquadrias, 400 elementos artísticos, como rosáceas, folhas de acanto, balaústres e pináculos e a caixa do grande relógio.

Um dos principais desafios enfrentados pela dupla na concepção do projeto foi a separação dos acessos da estação e do museu, que tem 14 metros de largura e 120 metros de comprimento. Para isso, foram criadas entradas dispostas nas extremidades leste e oeste do edifício, que receberam coberturas de cristal semelhantes às empregadas por Paulo Mendes da Rocha na intervenção feita na Pinacoteca do Estado.

Além de galerias para exposições permanentes e temporárias, escritórios, salas multimídia e camarins, o museu abrigava um auditório multiuso com capacidade para 166 lugares.

Fonte: Revista Arquitetura e Urbanismo | PINI

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